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Entrevista do Dia

 "O pior de chegar aos 50 anos é que não me sinto tão veloz como antes e demoro mais para me recuperar na quadra de basquete." A brincadeira do presidente norte-americano Barack Obama, às vésperas de sua festa de aniversário, na quinta-feira, serve para descrever também seu fôlego no jogo político após a desgastante negociação com os republicanos no Congresso para aprovar a elevação do teto da dívida americana, já na casa dos US$ 14,3 trilhões. Não por acaso, entre as diversas cidades por que passou na vida Obama escolheu para ouvir o "é pique, é pique" a Chicago que sempre foi sua grande base eleitoral.

"É evidente que, qualquer que seja o presidente dos Estados Unidos, se a economia vai mal ele vai ter problemas. Mas é cedo para saber quem ganhou e perdeu politicamente com o acordo." O diagnóstico é do brasileiro que se tornou um dos economistas mais respeitados do mundo, interlocutor de gente como Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, e de Robert Rubin, ex-secretário do Tesouro americano.

O carioca José Alexandre Scheinkman, professor do Departamento de Economia da Universidade de Princeton, avalia que o acordo, tal como acabou desenhado, equaciona o problema da dívida até o próximo mandato presidencial, ao viabilizar novos aumentos do teto daqui por diante. Por outro lado, o resultado final deixa dúvidas sobre a natureza dos cortes de despesa que terão que ser feitos.

Scheinkman alerta que cortar gastos públicos e investimentos no curto prazo, em um contexto de baixo crescimento econômico e índice de desemprego de 9,2% no país, é uma temeridade. Para ele, teria sido melhor optar por um ajuste de longo prazo, planejando a redução progressiva de despesas de saúde e previdenciárias.

Na entrevista a seguir, o scholar brasileiro, radicado há mais de três décadas nos EUA, conta como a crise na maior potência mundial afetou a confiança do cidadão americano, ironiza o alerta de rebaixamento da nota da dívida americana feito pelas agências de risco - "no passado, confiar na Moody’s, na Standard & Poors ou na Fitch faliu muita gente" - e aposta na capacidade de inovação e de produção de conhecimento dos EUA para superar o que muitos já chamam de "década perdida" americana. Nesse ponto, ressalta o boom das empresas de redes sociais e de telefonia do país nos últimos anos.

Na visão de nosso mais influente economista, o Brasil, assim como outros emergentes, será afetado pelo baixo crescimento mundial. E deve conter a perigosa supervalorização do real com um ajuste que abra caminho para novas reduções na taxa de juros - sem permitir a volta da inflação.

Qual é a sensação para alguém que acompanhou de perto a euforia da campanha de Barack Obama vê-lo chegar ao fim do primeiro mandato tão fragilizado politicamente?

Em primeiro lugar, acho que não é óbvio que ele esteja tão fragilizado assim. É evidente que, qualquer que seja o presidente dos Estados Unidos, se a economia vai mal ele vai ter problemas. Mas é cedo para saber quem ganhou e quem perdeu politicamente. Não é um acordo de que eu, por exemplo, goste muito.

Para o diretor do Center for Economic and Policy Research de Washington, Mark Weisbrot, Obama cometeu ‘suicídio político em nome do bipartidarismo’ ao aceitar o que chamou de ‘extorsão republicana’ e não elevar impostos para os mais ricos. Ele tem razão?

Acho que os republicanos, de fato, jogaram um jogo muito duro, parecendo não se importar com as consequências para a economia. A impressão que se tinha é a de que eles diziam assim: "Ou passa dessa maneira ou não passa". E ninguém sabe o que aconteceria se os EUA tivessem que dar um default nos seus bonds. Ninguém conhece as consequências porque nunca aconteceu. Mas era um risco que a maioria dos economistas, mesmo os mais conservadores, que tinham simpatia pelos republicanos, achavam que não valia a pena correr. Mas há uma parcela do Partido Republicano que simplesmente ignora a opinião dos experts. Pessoas que não acreditam nem na teoria da evolução, em mudança climática, nada (risos). O drama sobre o teto da dívida simplesmente não os afetava.

Faltam adultos no Partido Republicano, como disse Thomas Friedman?

Uma parte dos republicanos realmente estava convencida de que a ideia de que haveria consequências ruins para o mercado financeiro era uma criação do Obama. Simplesmente porque Obama disse, aquilo tinha que ser falso. Não é que todos os economistas soubessem que, se o teto da dívida não fosse elevado, as consequências seriam graves. Mas em economia tem coisas que a gente não sabe e prefere não pagar para ver, perigos que não se deve correr.

A redução de US$ 2,2 trilhões nas despesas públicas em um país em frágil recuperação econômica e com 25 milhões de desempregados era a melhor opção?

Eu gostaria que tivesse sido feito o que aparecia nas discussões iniciais: reduções que afetassem as despesas no longo prazo. E menos corte de despesas correntes ou de investimentos no presente. Exatamente porque a economia está fragilizada. Seria mais efetivo se o governo tivesse conseguido, por exemplo, reduzir o crescimento das despesas médicas no longo prazo ou adiasse a aposentadoria dos mais novos. Uma das coisas interessantes que foram feitas no Brasil, no início do governo Lula, foi exatamente isso: mudanças fiscais que afetaram o equilíbrio de longo prazo durante a reforma da Previdência. Quase ninguém se lembra dessa que foi uma das primeiras medidas do ministro Palocci, e acho que se subestima quanto isso ajudou a economia brasileira. Conseguiu-se melhorar a situação fiscal num momento em que a economia brasileira também estava fragilizada - dando aos investidores uma visão de que, no futuro, a situação melhoraria. Uma sinalização dessas teria sido mais adequada no caso americano. Quando você olha as contas dos EUA no longo prazo, fica claro que é preciso cortar gastos, mas também aumentar impostos. A única maneira de se resolver é com um plano que adie o aumento de impostos - não eleve agora, porque isso comprometeria a recuperação - e reduza despesas ligadas aos programas permanentes, como saúde e previdência. Assim se acerta a situação fiscal em um momento de crise.

O povo americano prefere corte nos gastos sociais ou com a guerra?

Os cortes anunciados incluem o fim da ocupação do Iraque e a diminuição do envolvimento no Afeganistão, especialmente a guerra do Iraque. Depois que ficou demonstrado que ela foi baseada em informações no mínimo duvidosas, talvez um pouco mais maliciosas que isso, ela se tornou uma guerra muito impopular. A do Afeganistão tem aspectos diferentes: tinha maiores justificativas no começo e havia uma ideia de que se os EUA abandonassem o país ele se tornaria um centro de treinamento para a Al-Qaeda. Mas agora, especialmente após a morte de Bin Laden, há mais apoio à redução de gastos lá.

O rebaixamento da nota de risco da dívida americana preocupa? Quais podem ser as consequências?

A nota do Japão foi rebaixada e os títulos japoneses continuam pagando muito pouco. Não é claro que haja efeito imediato nisso. Em primeiro lugar, as agências de risco perderam muito do prestígio com a conduta delas durante a bolha de crédito. Um sujeito no mercado hoje em dia não fica pensando: "O que a Standard & Poors ou a Moody’s acham deste papel?" Ele não vai definir sua escolha por determinado título pela nota da agência, porque sabe que no passado confiar na Moody’s, na Standard & Poors ou na Fitch faliu muita gente. É visível a falta de influência delas hoje entre os agentes do mercado, e mais ainda nos meios acadêmicos.

Alguns analistas já falam em ‘década perdida’ nos EUA. Os próximos anos serão só de baixo crescimento ou há risco de recessão?

Esse tipo de crise bancária profunda que houve nos EUA, como outras que aconteceram no mundo, é seguido por um período longo de falta de crescimento. Essa é a experiência que a gente tem. Mas há coisas nos EUA que surpreendem. O país têm um poder de criar inovação e tecnologia realmente único. E isso pode fazer com que esse período seja mais curto. É impressionante notar, nessa que tem sido chamada de "década perdida" americana, o crescimento das firmas de redes sociais, por exemplo. Veja também que, cinco anos atrás, Nokia, Ericsson, Sony e companhias coreanas dominavam o sistema telefônico. Hoje, em todos os lugares do mundo, as pessoas estão usando Apple e Android, o sistema da Google. A inovação é uma coisa muito dinâmica nos EUA. Essa é uma das coisas que temo nesse corte de despesas: que ele seja tão profundo que comece a afetar essas estruturas. Mas isso não deve ocorrer nos próximos 5 ou 10 anos, talvez em 30 ou 40. Os EUA se beneficiaram tremendamente de gastos governamentais que criaram toda essa estrutura de pesquisa e de desenvolvimento em universidades, laboratórios nacionais e empresas, que se aproveitaram disso. A Apple, o Google e a Microsoft não seriam o que são se não tivesse havido esse esforço do governo lá atrás - em pesquisa e conhecimento.

Os efeitos da crise já se fazem notar no mundo acadêmico que o sr. frequenta?

Ainda não. Em geral as universidades, como Princeton, têm duas fontes de recursos: a governamental e o seu endowment, a sua riqueza própria, que em geral é investida em ações e firmas privadas. Com a crise, o endowment caiu. Mas não é um efeito que tenha comprometido o financiamento de pesquisas. Há uma certa diminuição, digamos, do luxo, mas as coisas essenciais estão sendo mantidas.

Em que medida a possibilidade de os EUA darem um calote na dívida abalou a confiança do cidadão americano médio?

Acho que há uma grande desconfiança dos americanos em relação ao meio político. E o processo de discussão do acordo deixou-os mais insatisfeitos ainda. Mas pelo menos se chegou a uma decisão, obtida de forma democrática, usando as regras do jogo. Você pode ficar insatisfeito com a conduta do governante ou de algum senador, mas ficou clara a robustez do sistema. O que foi feito até agora foi resolver o problema da dívida: se a gente lê como foi desenhado o acordo, é muito improvável que esse limite da dívida não possa ser aumentado até o próximo mandato presidencial. Daqui para a frente, a Câmara até pode negar novos aumentos, mas o presidente terá direito a veto e, para derrubá-lo, a maioria da oposição teria que ser muito maior. Então, esse problema do teto da dívida foi equacionado. O que não se sabe é como esses cortes de despesas vão acontecer. Vai ser formada uma comissão que irá propor ao Congresso e este aprovará ou rejeitará a proposta. Por outro lado, se rejeitar, ocorrerão os chamados "cortes automáticos" - que no acordo se concentram muito em defesa e em programas sociais. Como os democratas não querem reduzir programas sociais e os republicanos, os de defesa, há uma espécie de equilíbrio do terror.

Uma Europa também em crise volta-se contra imigrantes. Nos EUA parece ter ganhado força certo conservadorismo em relação a temas como o aborto, a eutanásia, etc. O sr. nota esse movimento?

O Tea Party, que praticamente tomou conta do Partido Republicano hoje em dia, é realmente muito conservador. Aliás, eu já nem diria conservador, pois essa palavra às vezes é usada de maneira imprecisa. São pessoas que estão contra esses temas que você mencionou. Por outro lado, a cidade de Nova York acabou de aprovar o casamento gay. Não vai tudo na mesma direção. O que houve é que o Partido Republicano ficou mais à direita do que era 20 anos atrás. Os republicanos moderados perderam espaço no partido para os radicais: antes ele tinha todo um ideário liberal, que praticamente desapareceu.

Fala-se da dependência dos EUA em relação à China, seu maior credor. No entanto, a potência asiática não teria condições de se desfazer dos títulos do Tesouro americano sem reduzir sua poupança, não é?

Sim. EUA e China são parceiros econômicos extremamente importantes um para o outro. A China acumulou essas reservas na tentativa de exportar muito mais do que importar. Fez isso por meio de uma taxa de poupança elevada, mesmo em relação ao alto nível de investimento. Então, a China tem agora uma quantidade enorme de títulos do Tesouro americano, mas não tem muita escolha sobre isso. Não creio que vá se desfazer deles e, mesmo que isso ocorresse, não seria o desastre que se imagina.

O historiador britânico Timothy Garton Ash disse recentemente sobre a China que ‘pela primeira vez. desde o fim do comunismo e da Guerra Fria, temos um competidor ideológico sério’: o ‘capitalismo autoritário’ chinês, que prescinde de disputas políticas como a que vemos agora entre democratas e republicanos. Quem vencerá a disputa?

Em primeiro lugar, considero que na maioria desses países, à medida que vão ficando mais ricos, a possibilidade de seus governos autoritários se manterem cai. O governo chinês tem popularidade porque trouxe crescimento econômico e bem-estar para grande parcela da população. Mas a tecnologia torna mais difícil manter o controle sobre as pessoas. Foi algo que vimos nesse recente desastre de trem (o choque entre trens-bala perto da cidade de Wenzhou, na Província de Zhejiang, que matou 39 pessoas no último dia 23). Até pouco tempo atrás era facílimo para o governo chinês ocultar esse tipo de desastre. Hoje, uma grande parcela da população, aquela que consome e usa internet nas grandes cidades, sabe das coisas - o que põe limites ao autoritarismo. Não acho que seja viável, no longo prazo, se manter esse tipo de autoritarismo. Se você vai à China, como fiz algumas vezes nos últimos anos, e conversa com estudantes e professores, todo mundo reconhece que gostaria de ter um pouco mais de liberdade. As aspirações estão lá.

E o que se pode esperar em termos de impacto na economia dos países emergentes, em especial o Brasil?

Claro que, quando o mundo cresce mais, a economia brasileira vai melhor também. E, evidentemente, uma desaceleração no crescimento americano e europeu tem impacto sobre o Brasil. Os países não são como a Coca-Cola e a Pepsi: eles não concorrem um com o outro. Eles compram um do outro, trocam serviços, etc. Então, essa é a primeira coisa para a gente destacar. O Brasil tem algumas coisas muito boas. Por exemplo, é o produtor de comida mais eficiente do mundo hoje. E o fato é que, nos últimos 20 anos, principalmente na China e na Índia, uma parcela enorme de pessoas que se alimentava muito mal entrou para o mercado. Há uma enorme demanda mundial por produtos brasileiros desse setor - e mesmo que o crescimento desacelere não deverá haver uma queda nesse consumo, pois historicamente, quando as pessoas começam a comer, elas continuam a comer. Então, teria que ocorrer uma piora tão grande que a gente nem tem uma experiência recente para comparar. Esse já é um colchão. Outros produtos de exportação do Brasil são talvez mais sujeitos aos humores da economia mundial, como o ferro. Mas o Brasil também tem hoje um mercado interno importante. Esse processo pelo qual o País passou, que começa com a abertura comercial no início dos anos 90, o Plano Real, as privatizações, as reformas microeconômicas tanto do segundo governo do Fernando Henrique quanto do primeiro governo de Lula e a expansão dos programas sociais, tudo isso junto tornou o Brasil uma economia muito mais estável e muito mais produtiva. Temos ainda muito a fazer, mas é impressionante o que foi feito dos anos 90 para cá. Então, o Brasil está bem mais equipado para enfrentar a crise.

E o câmbio excessivamente valorizado não o preocupa?

O câmbio, obviamente, é um problema sério para o setor exportador. E a solução verdadeira passa por uma melhoria da situação fiscal que permita um corte de juros. O real hoje, entre as moedas confiáveis, paga uma taxa de juros muito maior que as outras. Então, não há investidor aqui em Nova York, em Londres ou em Tóquio que não considere comprar reais. E isso não acontece só pela vinda desse capital como pelo não êxodo: toda firma multinacional que está no Brasil diz: "Por que vou remeter meu dinheiro lá para fora quando posso deixar aqui num CDI?". Todo esse processo está trazendo a valorização do real. E a coisa mais importante para contê-la seria a queda da taxa de juros. Só que não podemos fazer isso com a pressão inflacionária atual. Já estamos no limite. Em outras épocas já achei que o País poderia ter cortado mais sua taxa de juros. Mas neste momento, em que estamos com a inflação no teto da meta, acho que seria um experimento perigoso. Então, a única maneira de se fazer isso direito é diminuir a pressão fiscal. Para ela, concorrem duas coisas: os gastos correntes do governo, é claro, e também uma reformulação de suas metas fiscais. O país tirou de suas metas fiscais alguns esteios do governo, o que passa pelo BNDES, por exemplo, que foi um passo na direção errada. Precisamos mudar isso para diminuir a pressão fiscal e cortar os juros.

Em sua história, já vimos os EUA enfrentarem situações delicadas, da Depressão dos anos 30 à desvalorização do dólar em 1971, e o país terminou dando a volta por cima. No médio prazo, o sr. acredita que o sistema político americano dará conta de promover a recuperação econômica?

Apostar contra os Estados Unidos nesse tipo de situação não é uma boa aposta. Mas acho que estamos vivendo uma época muito difícil, não se pode subestimar a dificuldade presente. Uma economia que não cresça por quase quatro anos começa a ter pressões políticas muito negativas. Então, não dá para ser otimista no curto prazo. Mas o potencial dos EUA está em práticas e valores construídos ao longo de muitos anos. O fato de o país ter instituições estáveis por mais de dois séculos é muito importante. E também o fato de o país ter construído todo esse arcabouço que está por trás do crescimento: a produção de conhecimento, inovação, educação, etc. Se isso for perdido, aí sou pessimista. É algo que custou caro e precisa ser renovado o tempo todo. Mas foi o que permitiu à economia americana criar a riqueza que ela sempre criou.

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