A área do cérebro situada exatamente atrás da parte esquerda da testa, no córtex pré-frontal esquerdo não é muito ativa nas pessoas que não meditam, mas o é com freqüência em quem têm uma personalidade otimista e é pouco ansiosa.
"Os monges que passam um longo tempo meditando registram uma atividade realmente alta nessa parte do cérebro, o que requer um treino, da mesma forma que acontece com os jogadores de tênis, que melhoram com a prática deste esporte", explicou Davidson.
A pesquisa começou em 1992, quando o Dalai Lama convidou Davidson para sua casa em Dharamsala, na Índia, e lhe propôs estudar o cérebro dos monges de sua comunidade, que ostentam uma tradição centenária de meditação e recolhimento.
Do estudo participaram oito dos monges mais especializados em meditação, que praticaram esta técnica por entre 10.000 e 50.000 horas, ao longo de entre 15 e 40 anos. Também foi formado um grupo de controle, integrado por dez estudantes que nunca tinham meditado e que dedicaram uma semana de treino à prática.
Os integrantes de todos os grupos tiveram uma rede com 256 sensores elétricos colocada na cabeça. A eles foi dada uma ordem para que meditassem por algum tempo. Os dados registrados nos monges foram assombrosos, já que a amplitude das ondas gamma cerebrais recolhidas em alguns deles são as maiores registradas em um contexto não patológico.
A altíssima amplitude dessas ondas se explica pela soma de ondas que os diferentes neurônios emitem, as quais os monges conseguiam sincronizar em um número muito elevado ao meditar.
Nos últimos anos, as novas técnicas de imagem permitiram a observação de mudanças nas conexões neuroniais durante a idade adulta e atualmente vários estudos constatam que o cérebro muda dinamicamente ao longo da vida do ser humano.
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