Ô de casa, nobre gente...
A cena é sempre a mesma: no dia 6 de janeiro, um alegre e colorido grupo organizado sai às ruas de Valença, no Estado do Rio de Janeiro, para homenagear o nascimento de Jesus. E a tradicional Folia de Reis, uma das mais importantes festas folclóricas do pais. Trazida pelos colonizadores portugueses, deitou raízes sobretudo nas pequenas cidades do interior.
Os foliões, como são chamados os integrantes do grupo, estão com largos blusões de cetim colorido, azuis, vermelhos ou amarelos. Na cabeça, um boné de marinheiro bordado com miçangas e pedrarias. Três homens estão vestidos de palhaços: simbolizam os reis magos disfarçados para enganar o rei Herodes e encobrir a fuga de José, Maria e Jesus para o Egito.
A bandeira da Festa, carregada pelo alferes ou bandeireiro, traz no centro, pintada, a cena do nascimento de Jesus; em volta está toda enfeitada com flores de papel ou de plástico e fitas coloridas. Ao chegar à porta de uma casa, o alferes bate. A porta se abre e a dona recebe a bandeira e cumpre sua parte do ritual: se benze e benze a casa toda com ela. Depois, decide receber a folia. Acompanhados por uma viola, violão, reco-reco, pandeiro, sanfona, triângulo e duas caixas de percussão tiram o reis, isto é, pedem licença para começar e cantam:
"Ô de casa, nobre gente (oilarai)
Ô de fora, quem será (oilarairai)
Ô de fora, é os treis reis santo
Que veio Ihes visitá (aiaiailarai)...
Depois que tiram o reis, a dona da casa dá uma esmola para a bandeira e todos saem para o terreiro, onde os palhaços dançam e recebem dinheiro. Tanto a esmola quanto o dinheiro dado aos palhaços são usados na organização da festa. Ao final das danças, a dona da casa Ihes oferece um lanche. Depois, a folia se despede e continua sua peregrinação de casa em casa.
O ritual, em teoria, sempre se destina a homenagear os reis magos e o nascimento de Jesus. Na prática, entretanto, muitas coisas se misturam, como a criação do mundo, as profecias bíblicas etc. Muitas vezes os versos contam histórias acontecidas naquela determinada comunidade ou no país. $quot;Depois da visita do papa ao Brasil; conta o folclorísta Toninho Macedo, cantou-se o acontecimento nas festas do ano seguinte." Macedo, que nasceu na cidade fluminense de Três Rios. onde as festas de reis são tradicionais, leciona na Escola de Folclore de São Paulo e há dez anos pesquisa o tema. Ele observa que festas fazem parte do cicio de Natal. que começa geralmente à meia -noite do dia 24 de dezembro e termina no dia 6 de janeiro".
O ritual e o nome que se dá às festas mudam conforme a região. No Sul são chamados Ternos de Reis, Pastorias do Senhor Menino, Folias e Reisadas. No Rio de Janeiro e em Minas Gerais as folias são mais ricas tanto em número de pessoas quanto em variações. Há lugares onde não se leva a bandeira. No Nordeste, predominam os ranchos-Bois de Reis, Reisados, Pastoris e Bailes Pastoris sem caráter necessariamente religioso que dançam de praça em praça e nos salões.
A cena é sempre a mesma: no dia 6 de janeiro, um alegre e colorido grupo organizado sai às ruas de Valença, no Estado do Rio de Janeiro, para homenagear o nascimento de Jesus. E a tradicional Folia de Reis, uma das mais importantes festas folclóricas do pais. Trazida pelos colonizadores portugueses, deitou raízes sobretudo nas pequenas cidades do interior.
Os foliões, como são chamados os integrantes do grupo, estão com largos blusões de cetim colorido, azuis, vermelhos ou amarelos. Na cabeça, um boné de marinheiro bordado com miçangas e pedrarias. Três homens estão vestidos de palhaços: simbolizam os reis magos disfarçados para enganar o rei Herodes e encobrir a fuga de José, Maria e Jesus para o Egito.
A bandeira da Festa, carregada pelo alferes ou bandeireiro, traz no centro, pintada, a cena do nascimento de Jesus; em volta está toda enfeitada com flores de papel ou de plástico e fitas coloridas. Ao chegar à porta de uma casa, o alferes bate. A porta se abre e a dona recebe a bandeira e cumpre sua parte do ritual: se benze e benze a casa toda com ela. Depois, decide receber a folia. Acompanhados por uma viola, violão, reco-reco, pandeiro, sanfona, triângulo e duas caixas de percussão tiram o reis, isto é, pedem licença para começar e cantam:
"Ô de casa, nobre gente (oilarai)
Ô de fora, quem será (oilarairai)
Ô de fora, é os treis reis santo
Que veio Ihes visitá (aiaiailarai)...
Depois que tiram o reis, a dona da casa dá uma esmola para a bandeira e todos saem para o terreiro, onde os palhaços dançam e recebem dinheiro. Tanto a esmola quanto o dinheiro dado aos palhaços são usados na organização da festa. Ao final das danças, a dona da casa Ihes oferece um lanche. Depois, a folia se despede e continua sua peregrinação de casa em casa.
O ritual, em teoria, sempre se destina a homenagear os reis magos e o nascimento de Jesus. Na prática, entretanto, muitas coisas se misturam, como a criação do mundo, as profecias bíblicas etc. Muitas vezes os versos contam histórias acontecidas naquela determinada comunidade ou no país. $quot;Depois da visita do papa ao Brasil; conta o folclorísta Toninho Macedo, cantou-se o acontecimento nas festas do ano seguinte." Macedo, que nasceu na cidade fluminense de Três Rios. onde as festas de reis são tradicionais, leciona na Escola de Folclore de São Paulo e há dez anos pesquisa o tema. Ele observa que festas fazem parte do cicio de Natal. que começa geralmente à meia -noite do dia 24 de dezembro e termina no dia 6 de janeiro".
O ritual e o nome que se dá às festas mudam conforme a região. No Sul são chamados Ternos de Reis, Pastorias do Senhor Menino, Folias e Reisadas. No Rio de Janeiro e em Minas Gerais as folias são mais ricas tanto em número de pessoas quanto em variações. Há lugares onde não se leva a bandeira. No Nordeste, predominam os ranchos-Bois de Reis, Reisados, Pastoris e Bailes Pastoris sem caráter necessariamente religioso que dançam de praça em praça e nos salões.
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