INTRODUÇÃO
Biblioteca é a coleção pública ou privada de livros e documentos congêneres, organizada para estudo, leitura e consulta. Nela incluem-se os móveis e recintos destinados à guarda do acervo. A palavra biblioteca origina-se do latim que, por sua vez, deriva do termo grego biblos, que significa livros. O significado moderno da palavra faz referência a qualquer compilação de dados registrados em muitas outras formas, e não só em livros: microfilmes, revistas, gravações, slides, fitas magnéticas e de vídeo, assim como outros meios eletrônicos.
Existe uma grande variedade de coleções bibliográficas e variados são seus fins e usuários. A maioria das nações desenvolvidas dispõem de bibliotecas de vários tipos: nacionais, acadêmicas, públicas, escolares e especializadas. Quase sempre, estão interligadas a nível nacional e, através de associações profissionais e de acordos estabelecidos, desenvolvem programas de cooperação e intercâmbio extensivos a outros países.
HISTÓRIA
As bibliotecas, na qualidade de depósitos de informação escrita, surgiram onde nasceu a própria escrita: no Oriente Médio, entre 3.000 e 2.000 a.C. A biblioteca mais importante do mundo antigo foi fundada pelos gregos em Alexandria (ver Biblioteca de Alexandria), no século III a.C. Perto do século I a.C., os romanos abastados começaram a criar bibliotecas particulares com obras gregas e latinas. A crescente procura por livros deu origem ao comércio de copistas, ao aparecimento de livrarias e ao estabelecimento de bibliotecas públicas, que surgiram em Roma, próximo ao século II da nossa era.
Durante os séculos VIII e IX, muitos textos científicos e matemáticos foram copiados e conservados por muçulmanos e cristãos. Valiosa foi a contribuição da Escola de Tradutores de Toledo, criada por Afonso X, o Sábio. Os árabes tinham adotado a metodologia chinesa de fabricação de papel, permitindo a diminuição do custo dos livros e sua conseqüente expansão pelo império muçulmano. Perto do século X, por exemplo, a biblioteca de Córdoba possuía 400 mil livros.
Na Europa Ocidental, a literatura foi preservada graças, sobretudo, à ação das bibliotecas dos mosteiros, como o de San Millán de la Cogolla e de Ripoll, na Espanha, e o de Fulda, na Alemanha. Cada uma possuía uma sala denominada escritório, onde os monges realizavam cópias manuscritas de obras clássicas e religiosas. Estas bibliotecas foram enriquecidas com obras clássicas e científicas desconhecidas até então, que formavam parte do espólio das Cruzadas, durante os séculos X e XI. O auge das universidades italianas de Salerno e Bolonha, no século XI, incentivou a criação de coleções bibliográficas destinadas aos alunos e estudiosos. O século XIV foi um período importante para o estabelecimento das bibliotecas na Europa: os humanistas começaram a copiar e colecionar textos clássicos que tinham sido abandonados (Ver Humanismo).
Com a invenção da imprensa no século XV e a economia de expansão, os livros tornaram-se mais acessíveis e o hábito da leitura aumentou. Durante este período, a Biblioteca Vaticana de Roma foi ampliada; o bibliófilo Jean Grolier reuniu uma importante coleção privada e fundou a Biblioteca Medicea Laurenziana de Florença, para abrigar a coleção dos Medici; na Espanha, deve-se destacar a Biblioteca do Mosteiro do Escorial, criada pelo rei Felipe II. As coleções ocidentais beneficiaram-se com a queda de Constantinopla, provocada pelos turcos, e a conseqüente dispersão dos tesouros literários bizantinos.
Durante os séculos XVII e XVIII, começaram a ser criadas bibliotecas nacionais em toda a Europa. Surgiu, também, uma nova modalidade de biblioteca, a circulante de literatura popular, administrada por livreiros, com fins lucrativos, e que obteve a aceitação do público.
Em Portugal, a Biblioteca Nacional de Lisboa (1796) possui 1 milhão de volumes impressos (inclusive 1.427 incunábulos) e cerca de 11 mil manuscritos. A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (1716) possui também 1 milhão de volumes. Seu edifício é considerado um dos mais belos do século XVIII, sendo o outro o da Biblioteca Nacional, em Viena. A Biblioteca de Mafra (século XVIII) também é famosa pela beleza de suas instalações.
No Brasil, a Biblioteca Nacional foi fundada em 1810 por dom João VI, no Rio de Janeiro, a partir de 60 mil volumes que pertenciam à Biblioteca Real da Ajuda. É a maior biblioteca da América do Sul, com cerca de 3,5 milhões de peças. Em 1910 foi inaugurada no atual prédio que ocupa no centro do Rio de Janeiro.
A biblioteca moderna divide seu trabalho em duas categorias: operações internas (serviços técnicos) e o atendimento ao público, que lida diretamente com os usuários. As primeiras significam a aquisição, a catalogação e o tratamento físico do acervo bibliotecário.
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