Amado, Jorge (1912-2001 ), o mais conhecido
e traduzido escritor brasileiro. Nasceu em Ferradas, município de Itabuna,
Bahia, filho de um comerciante que chegou a proprietário de terras na região do
cacau. Na década de 1920, jornalista em Salvador, engajou-se no movimento
modernista e ligou-se à Academia dos Rebeldes. Mudou-se para o Rio de Janeiro no
início da década de 1930 para estudar direito.
Nesta época, por influência dos amigos Santiago Dantas e Augusto
Frederico Schmidt, publicou seu primeiro livro No país do carnaval
(1931). Em 1932, por influência de Rachel de Queiroz, tornou-se militante
político de esquerda. Viajando constantemente por Sergipe e pela Bahia, escreveu
e publicou Cacau e a série de romances urbanos sobre a cidade de
Salvador: Suor, Jubiabá, Mar morto e Capitães de
areia, todos da década de 1930, época em que seus livros começaram a ser
traduzidos para vários idiomas.
Pela oposição ao Estado Novo, foi preso em 1942. Após recuperar a
liberdade, publicou Terras do sem-fim e São Jorge de Ilhéus.
Eleito deputado em 1946, exilou-se com a volta de Getúlio Vargas ao poder. Após
alguns anos no exterior — principalmente no Leste Europeu — voltou ao Brasil com
obras abertamente partidárias, entre elas, Subterrâneos da liberdade e
O mundo da paz.
A obra de Jorge Amado destaca-se por uma lírica sensual, voltada para
os marginalizados e, na maior parte das vezes, tendo como cenário sua Bahia
natal. Um regionalista que disseca temas universais, Jorge Amado, com estilo
personalíssimo, passou ao largo do realismo crítico e por todos os outros
movimentos da moderna literatura brasileira.
Seus livros vão do engajamento político de Subterrâneos da
liberdade à pregação partidária de O cavaleiro da esperança. Passa
por depoimentos líricos (Mar morto), “proletários” (Cacau) e
épicos (Terras do sem fim). Também revelam uma prosa sensual que descreve
costumes provincianos presentes, por exemplo, em Gabriela, cravo e canela
e Dona Flor e seus dois maridos, textos que dissolvem o enredo no
“saboroso” e “apimentado” regionalismo baiano.
Casado com a escritora Zélia Gattai, Jorge Amado mora em Salvador,
Bahia, e é membro da Academia Brasileira de Letras. Entre seus muitos títulos,
destacam-se, ainda, Os velhos marinheiros, Tenda dos milagres, Pastores da
noite, ABC de Castro Alves, Seara vermelha e Farda, fardão,
camisola de dormir.
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