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Pirandello, Luigi (1867-1936), escritor
e Prêmio Nobel italiano, considerado como o mais importante autor teatral de seu
país no período entre guerras.
Nasceu em 28 de junho de 1867 em Agrigento, Sicília, e estudou nas
universidades de Roma e Bonn. Foi professor de Literatura italiana na Escola
Normal Feminina de Roma, entre os anos 1897 e 1921, quando sua crescente
reputação como escritor lhe permitiu dedicar-se por completo à carreira
literária. Tornou-se mundialmente conhecido em 1921, com a publicação de Seis
personagens à procura de autor, e obteve o Prêmio Nobel de Literatura em
1934. Faleceu dois anos mais tarde, em 10 de dezembro de 1936, em Roma.
As obras mais surpreendentes de Pirandello, as teatrais, incluem, entre
seus protagonistas, membros da classe média baixa como professores,
proprietários de pensões e padres. Estas peças refletem as idéias filosóficas do
autor: a existência de um forte conflito entre os instintos e a razão, que
empurra as pessoas a uma vida cheia de incoerências; a idéia de que as ações
concretas não são nem boas nem más em si mesmas, mas segundo o modo como as
pessoas as vêem; e, por último, a crença de que um indivíduo não tem uma
personalidade definida, e sim muitas, dependendo de como é julgado pelos que
entram em contato com ele. Sem fé em nenhum dos sistemas morais, políticos ou
religiosos estabelecidos, os personagens do autor encontram a realidade somente
por si mesmos e, ao fazê-lo, descobrem que eles próprios são fenômenos instáveis
e inexplicáveis.
Pirandello expressou seu profundo pessimismo e seu pesar pela condição
confusa e sofredora da humanidade através de um humor singularmente macabro e
desconcertante. O sorriso que desperta vem mais do embaraço, muitas vezes
amargo, que resulta do reconhecimento dos aspectos absurdos da existência. Foi
um importante inovador da técnica cênica e, ignorando os cânones do realismo,
preferiu usar livremente a fantasia com a finalidade de criar o efeito que
desejava. Exerceu uma grande influência ao liberar o teatro contemporâneo das
desgastadas convenções que o regiam, e preparar o caminho ao pessimismo
existencialista de Anouilh e Sartre, às absurdas comédias de Ionesco e Beckett e
o teatro em verso, de caráter religioso, de Eliot.
Entre suas peças, destacam-se ainda O prazer da honestidade
(1917), Assim é, se lhe parece (1917), Henrique IV (1922) e
Esta noite se improvisa (1930). Também escreveu romances (A
expulsa, 1901; O falecido Matias Pascal, 1904) e breves
histórias posteriormente reunidas sob o título Novelas para um ano
(1933). Três destes relatos foram adaptados para o cinema pelos irmãos Taviani,
no filme Kaos (1984).
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