Pular para o conteúdo principal

Senado impõe limites ao STF e Corte tem que escolher se dobra aposta ou capitula

 O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ensaiou um discurso de mineiro. Disse na terça-feira, 21, e repetiu nesta quarta, 22, que a proposta de emenda constitucional que limita decisões monocráticas no Supremo Tribunal Federal não é afronta à Corte. Se não é isso, parece ser.

A PEC estava dormitando nos escaninhos do Congresso desde 2021. Ganhou velocidade e foi a voto pela vontade da oposição e ouvidos moucos dos governistas.

Mas Pacheco insistiu: “A PEC das decisões monocráticas é algo tecnicamente aconselhável, porque significa dizer que uma lei votada nas duas casas do Legislativo e sancionada pelo presidente só pode ser declarada inconstitucional a partir do Supremo Tribunal Federal por um força colegiada, não pode decisão isolada de ministro. É adequada do ponto de vista jurídico, político e da preservação institucional da harmonia entre os poderes”, disse Pacheco.

Olhando de longe faria sentido. Como a maioria de 81 senadores e 513 deputados aprova uma lei e um ministro do STF pode anular tudo ou ainda suspender a eficácia por algum tempo? A questão é que pelas regras até aqui vigentes era assim e não havia incômodo. Se havia, não era do tamanho que levasse a alterar o texto constitucional.

Mas desde que o STF passou a ocupar espaço preponderante nas decisões políticas, quase sempre provocado por instituições políticas como partidos com cadeiras no Legislativo, parte do mundo político começou a não gostar. Surgiu a crítica à “judicialização da política”.

No linguajar republicano, fala-se em “freios e contrapesos” para definir que cada poder age nos limites do outro. Ao Supremo foi dado o direito, nos regimes democráticos, de barrar ações dos demais quando vê violação ao livro que guarda as regras que regem o trabalho de todos e que tem nome de Constituição.

Há quem advogue que o STF não ultrapassou suas próprias atribuições. Ocupou espaço deixado pelo vácuo do Parlamento que preferiu não legislar em um ou outro tema. Pode fazer isso? Os autores da PEC consideram que não. E para deixar claro colocam na Constituição a trava: sozinho, um magistrado vale menos do que a maioria do Legislativo. Não pode um ministro decidir sobre a vida e morte de uma legislação chancelada pelo Congresso Nacional.

Na antevéspera da votação, ministros do STF conversaram com senadores. Alguns ajustes no texto foram feitos e foi mantido o direito de magistrados revogarem atos do presidente da República por decisão individual. Foi assim que o Supremo barrou tentativa do ex-presidente Jair Bolsonaro de boicotar o isolamento social durante a pandemia.

A PEC ainda seguirá para a Câmara, Casa onde os ânimos em relação ao STF são ainda mais exaltados. Assim, temos que o Congresso caminha para dizer aos supremos magistrados: “daqui vossas excelências não passam”. Diante da negociação feita no Senado, pode até ser que a Corte desista de dobrar a aposta capitulando para entender que os ministros só podem agir em bloco frente do Legislativo e não mais isolados.

Comentários

Postagens Mais Lidas

literatura Canadense

Em seus primórdios, a literatura canadense, em inglês e em francês, buscou narrar a luta dos colonizadores em uma região inóspita. Ao longo do século XX, a industrialização do país e a evolução da sociedade canadense levaram ao aparecimento de uma literatura mais ligada às grandes correntes internacionais. Literatura em língua inglesa. As primeiras obras literárias produzidas no Canadá foram os relatos de exploradores, viajantes e oficiais britânicos, que registravam em cartas, diários e documentos suas impressões sobre as terras da região da Nova Escócia. Frances Brooke, esposa de um capelão, escreveu o primeiro romance em inglês cuja ação transcorre no Canadá, History of Emily Montague (1769). As difíceis condições de vida e a decepção dos colonizadores com um ambiente inóspito, frio e selvagem foram descritas por Susanna Strickland Moodie em Roughing It in the Bush (1852; Dura vida no mato). John Richardson combinou história e romance de aventura em Wacousta (1832), inspirada na re

Chave de Ativação do Nero 8

1K22-0867-0795-66M4-5754-6929-64KM 4C01-K0A2-98M1-25M9-KC67-E276-63K5 EC06-206A-99K5-2527-940M-3227-K7XK 9C00-E0A2-98K1-294K-06XC-MX2C-X988 4C04-5032-9953-2A16-09E3-KC8M-5C80 EC05-E087-9964-2703-05E2-88XA-51EE Elas devem ser inseridas da seguinte maneira: 1 Abra o control center (Inicial/Programas/Nero 8/Nero Toolkit/Nero controlcenter) nunca deixe ele atualizar nada!  2 Clic em: Licença  3 Clica na licença que já esta lá dentro e em remover  4 Clica em adcionar  5 Copie e cole a primeira licença que postei acima e repita com as outras 5

Papel de Parede 4K

Wallpaper 4K (3000x2000)

Como funciona o pensamento conceitual

O pensamento conceitual ou lógico opera de maneira diferente e mesmo oposta à do pensamento mítico. A primeira e fundamental diferença está no fato de que enquanto o pensamento mítico opera por bricolage (associação dos fragmentos heterogêneos), o pensamento conceitual opera por método (procedimento lógico para a articulação racional entre elementos homogêneos). Dessa diferença resultam outras: • um conceito ou uma idéia não é uma imagem nem um símbolo, mas uma descrição e uma explicação da essência ou natureza própria de um ser, referindo-se a esse ser e somente a ele; • um conceito ou uma idéia não são substitutos para as coisas, mas a compreensão intelectual delas; • um conceito ou uma idéia não são formas de participação ou de relação de nosso espírito em outra realidade, mas são resultado de uma análise ou de uma síntese dos dados da realidade ou do próprio pensamento; • um juízo e um raciocínio não permanecem no nível da experiência, nem organizam a experiência nela mesma, mas, p

Luto! (25/12/1944 - 17/10/2022)