Alimentação é essencial para genes funcionarem, mas genética também vem mudando forma de enxergar nutrição
Embora seja tentador buscar um mapa descrevendo se vamos ficar doentes, os especialistas no assunto lembram que a nutrigenômica é uma ciência complexa e que os exames genéticos oferecem apenas pistas do todo —e não precisam ser feitos por todo mundo que busca uma vida mais saudável.
"Ter ou não um gene (favorável a uma doença) não é uma sentença final", avalia Dennys Cintra. "Existem uma série de outros fatores que vão influenciar na expressão ou não dos genes", afirma. Segundo ele, o nosso corpo é capaz de se adaptar sozinho. "A biologia é mestra em dar volta na matemática", diz.
Cintra lembra ainda que, embora já existam evidências da influência que os nutrientes têm nos genes, são necessários mais estudos para comprovar que isso, de fato, pode ser manipulado pela maior ou menor ingestão desse ou daquele alimento. "Ainda precisamos de um consenso sobre isso, e ele não existe por enquanto", afirma.
Outra questão é que manter hábitos saudáveis —uma dieta rica em alimentos frescos e saudáveis, praticar atividade física, dormir bem e gerenciar o estresse— é importante independentemente da sua carga genética. "Uma alimentação sem industrializados, variada e com muitos vegetais vai ajudar os genes de qualquer pessoa", acredita a nutricionista Sophie Deram, pesquisadora e doutora pela Faculdade de Medicina da USP.
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