Editora do portal WGSN, a inglesa Barbara Kennington esteve no Brasil em julho para dar palestras e conferir o São Paulo Fashion Week. Criado em 1998 em Londres, o www.wgsn.com é um rastreador de tendências e estilos. Aqui ela conta o que vai estar na moda nos próximos anos.
Como vocês detectam as tendências?
Não acordamos de manhã e imaginamos: "Hum... É a vez do rosa!" Somos uma equipe de 200 profissionais pelo mundo. Todos estão o tempo todo colhendo informações, numa pesquisa que cobre de desfiles de moda a eventos de decoração. Nos baseamos também no que as pessoas estão vestindo nas ruas, em exposições de arte, espetáculos e filmes. Assim, conseguimos determinar o que o consumidor vai querer numa projeção mínima de oito meses.
Qual é o zeitgeist (expressão alemã que significa "o espírito do tempo") de agora?
Está no ar um certo romantismo dark, que tem a ver com a exploração do que é intrigante e misterioso. Não acho que essa tendência se aplica perfeitamente ao Brasil, mas a vejo como um movimento crescente traduzido no interesse por memórias, objetos antigos e peças herdadas dos avós. É um olhar para o passado, que na decoração traz elementos como o crochê e os candelabros e cores como o preto e o branco.
Já faz um tempo, vemos na Europa pessoas com camisetas brasileiras. O Brasil está na moda?
A América Latina suscita interesse e há um movimento forte nessa direção. E o Brasil é uma referência para a moda de verão. As pessoas abriram os olhos para o país há seis anos, quando seus estilistas começaram a aparecer em revistas como a Vogue inglesa.
Por que a América Latina?
As pessoas buscam peças feitas sob medida, artesanais e agradáveis ao toque. É uma reação à indústria de massa e à globalização. Há um desejo maior por identidade e a região atrai por sua energia, paixão e cor. Também tem a ver com uma vibração positiva e espontânea que passa longe do formalismo das culturas européia e americana.
E o minimalismo dos anos 1990, se esgotou?
Hoje, existe um encanto pela idéia do "máximo", da riqueza e do luxo. Ao mesmo tempo, ainda sobrevive o desejo de serenidade como a última herança do minimalismo. Para que a decoração não se torne opressiva, as pessoas querem encontrar o equilíbrio entre o barroco e o clean.
A moda e a decoração andam cada vez mais juntas. Quem influencia quem?
O ciclo de desenvolvimento do produto na moda é muito mais curto do que na decoração. Afinal, ninguém troca os móveis a cada estação, mas pode perfeitamente mudar o humor da casa, substituindo as almofadas, a cor e as fotos na parede. O que percebemos é que a decoração se torna, a cada dia, mais rapidamente reativa, assim como a moda. Os grandes estilistas são muito influentes e vemos nas casas o mesmo acabamento metálico e as mesmas rendas que foram mostrados nas passarelas.
Como vocês detectam as tendências?
Não acordamos de manhã e imaginamos: "Hum... É a vez do rosa!" Somos uma equipe de 200 profissionais pelo mundo. Todos estão o tempo todo colhendo informações, numa pesquisa que cobre de desfiles de moda a eventos de decoração. Nos baseamos também no que as pessoas estão vestindo nas ruas, em exposições de arte, espetáculos e filmes. Assim, conseguimos determinar o que o consumidor vai querer numa projeção mínima de oito meses.
Qual é o zeitgeist (expressão alemã que significa "o espírito do tempo") de agora?
Está no ar um certo romantismo dark, que tem a ver com a exploração do que é intrigante e misterioso. Não acho que essa tendência se aplica perfeitamente ao Brasil, mas a vejo como um movimento crescente traduzido no interesse por memórias, objetos antigos e peças herdadas dos avós. É um olhar para o passado, que na decoração traz elementos como o crochê e os candelabros e cores como o preto e o branco.
Já faz um tempo, vemos na Europa pessoas com camisetas brasileiras. O Brasil está na moda?
A América Latina suscita interesse e há um movimento forte nessa direção. E o Brasil é uma referência para a moda de verão. As pessoas abriram os olhos para o país há seis anos, quando seus estilistas começaram a aparecer em revistas como a Vogue inglesa.
Por que a América Latina?
As pessoas buscam peças feitas sob medida, artesanais e agradáveis ao toque. É uma reação à indústria de massa e à globalização. Há um desejo maior por identidade e a região atrai por sua energia, paixão e cor. Também tem a ver com uma vibração positiva e espontânea que passa longe do formalismo das culturas européia e americana.
E o minimalismo dos anos 1990, se esgotou?
Hoje, existe um encanto pela idéia do "máximo", da riqueza e do luxo. Ao mesmo tempo, ainda sobrevive o desejo de serenidade como a última herança do minimalismo. Para que a decoração não se torne opressiva, as pessoas querem encontrar o equilíbrio entre o barroco e o clean.
A moda e a decoração andam cada vez mais juntas. Quem influencia quem?
O ciclo de desenvolvimento do produto na moda é muito mais curto do que na decoração. Afinal, ninguém troca os móveis a cada estação, mas pode perfeitamente mudar o humor da casa, substituindo as almofadas, a cor e as fotos na parede. O que percebemos é que a decoração se torna, a cada dia, mais rapidamente reativa, assim como a moda. Os grandes estilistas são muito influentes e vemos nas casas o mesmo acabamento metálico e as mesmas rendas que foram mostrados nas passarelas.
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