O napster do telefone
É claro que, se você está fazendo ligações quase de graça, alguém está deixando de ganhar dinheiro com isso. Por esse motivo, empresas telefônicas de todo o mundo pressionam as autoridades para que criem regras específicas para VoIP. Além de levantar questões como segurança e privacidade do novo serviço, o que está em jogo é uma longa tradição de concessões, monopólios e muito, muito dinheiro para quem manda nesse mercado.
A polêmica é parecida com aquela que surgiu no nascimento do Napster, o clássico programa de troca de arquivos de música. Não por acaso, o criador do Skype, o sueco Niklas Zennström, também ajudou a desenvolver o Kazaa, um dos programas P2P mais usados em todo o mundo para trocar músicas pela Internet. No caso da música, as gravadoras haviam investido milhões para criar discos que estavam sendo distribuídos de graça por pequenas empresas na internet. Na telefonia, as operadoras tradicionais investiram milhões para criar uma infra-estrutura que transmite voz e dados. Só que as empresas de VoIP usam essa mesma rede para distribuir a um custo baixíssimo as mesmas ligações. O mais assustador para qualquer operadora é que, hoje, qualquer pessoa, no país em que estiver, pode criar uma operadora de telefone de alcance mundial. Crie um bom programa, junte a tecnologia necessária e saia vendendo ligações a preços baixos.
É claro que isso ia terminar em disputas legais furiosas. O primeiro país a se levantar contra a novidade foi a Costa Rica, que propôs a criação de uma legislação que transformava uma simples ligação VoIP em crime. Detalhe: segundo o jornal local La Nación, cerca de 20% das ligações internacionais que partem do país já ocorrem via Skype. Mas o centro de todas as discussões são, evidentemente, os Estados Unidos. Por enquanto, prevalece lá a idéia de que o VoIP é um serviço de dados e, portanto, deve sofrer a mesma regulação que os e-mails (ou seja, quase nenhuma). Uma operadora da Carolina do Norte chegou a ser multada por bloquear tráfego de ligações VoIP. No Brasil, a situação é parecida: apesar de muita polêmica, não há ainda regras específicas. Detalhe picante: a própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) usa VoIP para interligar seus escritórios.
Apesar de tanto barulho, já dá para apostar que as ligações baratas tenham vindo para ficar. Assim como o Kazaa e outros serviços de troca de músicas pela internet, que se instalaram em países onde as leis são favoráveis a seus negócios, o VoIP sempre conseguirá achar onde crescer. E, de lá, todo o mundo poderá acessar o serviço de telefonemas de baixo custo. Talvez você não soubesse ainda, mas o mundo do telefone já mudou.
É claro que, se você está fazendo ligações quase de graça, alguém está deixando de ganhar dinheiro com isso. Por esse motivo, empresas telefônicas de todo o mundo pressionam as autoridades para que criem regras específicas para VoIP. Além de levantar questões como segurança e privacidade do novo serviço, o que está em jogo é uma longa tradição de concessões, monopólios e muito, muito dinheiro para quem manda nesse mercado.
A polêmica é parecida com aquela que surgiu no nascimento do Napster, o clássico programa de troca de arquivos de música. Não por acaso, o criador do Skype, o sueco Niklas Zennström, também ajudou a desenvolver o Kazaa, um dos programas P2P mais usados em todo o mundo para trocar músicas pela Internet. No caso da música, as gravadoras haviam investido milhões para criar discos que estavam sendo distribuídos de graça por pequenas empresas na internet. Na telefonia, as operadoras tradicionais investiram milhões para criar uma infra-estrutura que transmite voz e dados. Só que as empresas de VoIP usam essa mesma rede para distribuir a um custo baixíssimo as mesmas ligações. O mais assustador para qualquer operadora é que, hoje, qualquer pessoa, no país em que estiver, pode criar uma operadora de telefone de alcance mundial. Crie um bom programa, junte a tecnologia necessária e saia vendendo ligações a preços baixos.
É claro que isso ia terminar em disputas legais furiosas. O primeiro país a se levantar contra a novidade foi a Costa Rica, que propôs a criação de uma legislação que transformava uma simples ligação VoIP em crime. Detalhe: segundo o jornal local La Nación, cerca de 20% das ligações internacionais que partem do país já ocorrem via Skype. Mas o centro de todas as discussões são, evidentemente, os Estados Unidos. Por enquanto, prevalece lá a idéia de que o VoIP é um serviço de dados e, portanto, deve sofrer a mesma regulação que os e-mails (ou seja, quase nenhuma). Uma operadora da Carolina do Norte chegou a ser multada por bloquear tráfego de ligações VoIP. No Brasil, a situação é parecida: apesar de muita polêmica, não há ainda regras específicas. Detalhe picante: a própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) usa VoIP para interligar seus escritórios.
Apesar de tanto barulho, já dá para apostar que as ligações baratas tenham vindo para ficar. Assim como o Kazaa e outros serviços de troca de músicas pela internet, que se instalaram em países onde as leis são favoráveis a seus negócios, o VoIP sempre conseguirá achar onde crescer. E, de lá, todo o mundo poderá acessar o serviço de telefonemas de baixo custo. Talvez você não soubesse ainda, mas o mundo do telefone já mudou.
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