Cidades históricas brasileiras é a designação de uma série de núcleos urbanos brasileiros que em geral datam dos primórdios da colonização portuguesa.
Nelas se conservam não só uma magnífica arquitetura religiosa barroca colonial, como expressivos expoentes arquitetônicos do poder civil e um casario em geral uniforme, com belas obras de cantaria, além do arruamento em formato de xadrez (quando o sítio geográfico o permitia) e o calçamento de ruas com pedras denominadas "pé de moleque".
A construção das cidades coloniais obedecia a normas rígidas, estabelecidas pelo governo português, quanto à presença dos grandes marcos estruturantes de poder: a grande Praça Central onde conviviam a Igreja Matriz símbolo do poder religioso; a Casa da Cadeia e Câmara símbolo do poder civil, o pelourinho para castigo dos criminosos e açoite dos escravos, ao mesmo tempo que símbolo de uma cidade, colocado no centro da Praça da Matriz, e o mercado símbolo do comércio colonial.
A preservação dessas cidades dependeu de uma série de fatores, freqüentemente entrelaçados. Em primeiro lugar, o esgotamento de suas fontes de riqueza, como no caso das exauridas minas de ouro das cidades mineiras. O empobrecimento de seus habitantes manteve a maior parte dessas cidades "congeladas" no tempo, por não possuírem recursos para uma eventual modernização. Paralelamente, essa situação fez com que não houvesse ali a especulação imobiliária que caracteriza os centros em desenvolvimento, acentuando o imobilismo arquitetônico. Sobrevivendo em condições econômicas semelhantes às da primeira metade do século passado, não exigiam obras públicas nem de infra-estrutura que lhes mudassem o aspecto. Por vezes, a simples abertura de novas estradas ou criação de novos portos desviava os fluxos comerciais, como aconteceu com Parati e muitas cidades do nordeste. Finalmente, quando o crescimento econômico da segunda metade do século XX começou a eliminar esses bolsões isolados, a presença e ação de órgãos como o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, criado na década de 30) permitiu preservar alguns dos elementos mais importantes e significativos, promovendo um inventário dos grandes conjuntos de imóveis ou prédios isolados com valor histórico e arquitetônico.
O nordeste do Brasil, berço da primitiva colonização, é o mais rico em número de cidades consideradas históricas. Junto ao litoral, destacam-se as cidades de Olinda, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, e Igaraçu, em Pernambuco; a de Salvador, (que embora cidade moderna, convive com sítios históricos como o do Pelourinho, tombado pela Unesco); João Pessoa, antiga Filipéia de Nossa Sra. das Neves; Natal (a cidade baixa, onde está o forte dos Reis Magos, datado de 1695, conservado pelo Patrimônio); São Luís, a cidade fundada pelos franceses e transmudada em cidade dos azulejos portugueses ainda no século XVII, hoje considerada pela Unesco Patrimônio da Humanidade, bem como Alcântara, sua vizinha, bela e melancolicamente descrita por Josué Montello em A noite sobre Alcântara. Há ainda cidades menores, como São Cristóvão do Rio de Sergipe, na antiga Capitania Real da Bahia de Todos os Santos, junto ao rio Vaza-Barris; Penedo, com um casario colonial muito bem conservado e emoldurada pelo rio São Francisco; Aquiraz, erguida em 1699 no litoral do Ceará, onde suas 300 casas conservam até hoje seu aspecto colonial.
Todas guardam certos aspectos uniformes da cidade colonial portuguesa: belos exemplares de igrejas com seus retábulos de madeira, interiores ricamente esculpidos, santos de madeira de tamanho natural e exteriores sóbrios e retos, com a simplicidade exterior característica do nosso barroco. Datam da época de grandeza do açúcar (século XVI-XVII), do algodão e gado (século XVII) ou foram marcos de ocupação estratégica (contra os indígenas, franceses, holandeses, ingleses) que, quando não foram revitalizadas no século XIX, sofreram uma grande decadência, perdendo-se prédios de valor inestimável.
Nelas se conservam não só uma magnífica arquitetura religiosa barroca colonial, como expressivos expoentes arquitetônicos do poder civil e um casario em geral uniforme, com belas obras de cantaria, além do arruamento em formato de xadrez (quando o sítio geográfico o permitia) e o calçamento de ruas com pedras denominadas "pé de moleque".
A construção das cidades coloniais obedecia a normas rígidas, estabelecidas pelo governo português, quanto à presença dos grandes marcos estruturantes de poder: a grande Praça Central onde conviviam a Igreja Matriz símbolo do poder religioso; a Casa da Cadeia e Câmara símbolo do poder civil, o pelourinho para castigo dos criminosos e açoite dos escravos, ao mesmo tempo que símbolo de uma cidade, colocado no centro da Praça da Matriz, e o mercado símbolo do comércio colonial.
A preservação dessas cidades dependeu de uma série de fatores, freqüentemente entrelaçados. Em primeiro lugar, o esgotamento de suas fontes de riqueza, como no caso das exauridas minas de ouro das cidades mineiras. O empobrecimento de seus habitantes manteve a maior parte dessas cidades "congeladas" no tempo, por não possuírem recursos para uma eventual modernização. Paralelamente, essa situação fez com que não houvesse ali a especulação imobiliária que caracteriza os centros em desenvolvimento, acentuando o imobilismo arquitetônico. Sobrevivendo em condições econômicas semelhantes às da primeira metade do século passado, não exigiam obras públicas nem de infra-estrutura que lhes mudassem o aspecto. Por vezes, a simples abertura de novas estradas ou criação de novos portos desviava os fluxos comerciais, como aconteceu com Parati e muitas cidades do nordeste. Finalmente, quando o crescimento econômico da segunda metade do século XX começou a eliminar esses bolsões isolados, a presença e ação de órgãos como o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, criado na década de 30) permitiu preservar alguns dos elementos mais importantes e significativos, promovendo um inventário dos grandes conjuntos de imóveis ou prédios isolados com valor histórico e arquitetônico.
O nordeste do Brasil, berço da primitiva colonização, é o mais rico em número de cidades consideradas históricas. Junto ao litoral, destacam-se as cidades de Olinda, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, e Igaraçu, em Pernambuco; a de Salvador, (que embora cidade moderna, convive com sítios históricos como o do Pelourinho, tombado pela Unesco); João Pessoa, antiga Filipéia de Nossa Sra. das Neves; Natal (a cidade baixa, onde está o forte dos Reis Magos, datado de 1695, conservado pelo Patrimônio); São Luís, a cidade fundada pelos franceses e transmudada em cidade dos azulejos portugueses ainda no século XVII, hoje considerada pela Unesco Patrimônio da Humanidade, bem como Alcântara, sua vizinha, bela e melancolicamente descrita por Josué Montello em A noite sobre Alcântara. Há ainda cidades menores, como São Cristóvão do Rio de Sergipe, na antiga Capitania Real da Bahia de Todos os Santos, junto ao rio Vaza-Barris; Penedo, com um casario colonial muito bem conservado e emoldurada pelo rio São Francisco; Aquiraz, erguida em 1699 no litoral do Ceará, onde suas 300 casas conservam até hoje seu aspecto colonial.
Todas guardam certos aspectos uniformes da cidade colonial portuguesa: belos exemplares de igrejas com seus retábulos de madeira, interiores ricamente esculpidos, santos de madeira de tamanho natural e exteriores sóbrios e retos, com a simplicidade exterior característica do nosso barroco. Datam da época de grandeza do açúcar (século XVI-XVII), do algodão e gado (século XVII) ou foram marcos de ocupação estratégica (contra os indígenas, franceses, holandeses, ingleses) que, quando não foram revitalizadas no século XIX, sofreram uma grande decadência, perdendo-se prédios de valor inestimável.
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