Como parte do VI Encontro Mundial da Juventude, evento organizado pela Scholas Ocurrentes e pela World ORT, para celebrar a diversidade, trocar experiências e debater temas para transformar suas comunidades em prol de um mundo mais justo e igual, jovens de diversos países ao redor do mundo tiveram a chance de visitar o Centro de Transmissão da SKY em Jaguariúna, São Paulo, onde puderam descobrir mais sobre a estrutura por trás dos serviços da operadora, bem como do processo de recepção, condensação e retransmissão.
O TudoCelular foi um dos poucos veículos a cobrir a visita, onde também pudemos conferir mais detalhes sobre as instalações, bem como bater um papo com Gustavo Fonseca, presidente da SKY. Durante nossa conversa com o executivo, abordamos temas como as dificuldades enfrentadas pelas Operadoras de TV por assinatura em relação à pirataria e plataformas de streaming, além de também conhecer um pouco mais sobre o Centro de Transmissão em si.
A pirataria é um mega problema.
Todo mundo me pergunta qual é o competidor que eu tenho mais medo. Meu competidor número um é a pirataria.
Eu estou trabalhando com todos os parceiros que a gente tem e com os meus competidores pra ver como é que a gente faz pra diminuir isso.
Há dois meses, eu estive em Brasília, durante o lançamento do laboratório da Anatel, que está ajudando, porque estão desconectando um monte dessas caixas piratas.
Eu gostaria de ver a indústria de varejo e de varejo eletrônico e de redes sociais se engajando nessa luta também, porque hoje a gente ainda vê, com abundância, venda de dispositivos piratas nos sites mais famosos do Brasil. Isso, em tese, não deveria ser possível.
Eu tenho uma parte importante do meu tempo dedicada a como é que a gente vai fazer pra coibir pirataria. É um problema.
As pessoas normalizaram você ter um dispositivo pirata em casa, que "tem todos os sinais". Se a gente levar isso na segunda derivada do problema, a gente vai parar de ter produção audiovisual no Brasil, porque você imagina um cenário em que todo mundo pirateia tudo.
Se todo mundo pirateia tudo e ninguém paga pelo conteúdo, não vai ter produção de conteúdo no Brasil. Vai ter produção de conteúdo onde a indústria é defendida, tipo os Estados Unidos. Então a gente vai ficar cada vez mais a mercê do que se produz de conteúdo fora do Brasil.
Até de um ponto de vista cultural para o país, é um tema muito grave. A pirataria não é só um tema de evasão de divisas ou perda de empregos. É que realmente vai ter menos produção cultural no Brasil.
Um problema além dos domínios da SKY
Dois terços dos lares do Brasil já têm uma conexão de internet. Isso é dado na tela.
Esses dois terços estão mais próximos. Acontece que a SKY não opera só para dois terços do país, ela opera para todo o país.
Então esse terço que não está conectado ainda, a gente tem bastante protagonismo. E nesses dois terços que estão conectados, a gente enfrenta a pirataria todo dia.
Eu, meus competidores, os broadcasts do Brasil. Eu converso com o pessoal da SBT, da Record, da Globo, da Band. Eles também estão sendo pirateados.
O primeiro passo é você ter uma versão do aplicativo que funciona no sistema operacional, e que ele esteja disponível na store desse sistema em questão.
Depois, é acordo comercial para dar visibilidade, é trazer para a ponta da gôndola. A gente já teve alguns acordos, uns foram melhores, outros piores.
A gente constantemente busca oportunidade, por exemplo um botão do controle remoto do dispositivo, também é interessante ter o logo na caixa, todas essas coisas.
Mas a nossa preocupação número um é estar em todos os sistemas operacionais. E não só estar em todos os sistemas operacionais, como também nas versões, que é uma outra derivada do problema.
'Ah, eu tenho aqui Tizen', mas se tem um Tizen muito velho não vai necessariamente funcionar. Então, o primeiro foco é nisso.
Agora, ter mais ou menos visibilidade lá, depende de acordos comerciais, que a gente já teve muitos, com Roku, por exemplo,
a gente teve alguma coisa com Samsung, mas não é necessariamente presente o tempo todo a nossa estratégia.
O grosso do nosso consumo é na tela grande, onde a limitação da rede móvel é menos relevante. O que a gente vê é...
Há um consumo marginal nos tablets com rede celular, um consumo de poucos minutos.
A gente nunca teve reclamação de clientes nossos, a gente não tem reclamação massiva desse tema.
O que a gente vê é que o cliente na ponta aprendeu a ver vídeo conectado para o Wi-Fi. O cliente na ponta de todas as classes sociais, de todos os lugares do Brasil, ele vai atrás.
Se ele está no 4G ou 5G e começa a ver que vai consumir muito vídeo, ele mesmo procura ir num Wi-Fi perto.
Para a gente não foi limitação. Agora, a experiência que eu tenho, por exemplo, eu trafego muito São Paulo com 5G, é espetacular.
A verdade é que as redes móveis hoje, as cotas são cada vez maiores. Eu acho que aguentam muito vídeo.
Esse prédio inteiro aqui, imagina, é um fabricante de sanduíche.
Cada camada do sanduíche vem por algum lugar. Tem muita coisa que chega por fibra e tem muita coisa que chega por satélite.
Então vocês vão olhar ali fora, vocês vão ver que tem antena grande, média e pequena. As médias costumam ser as antenas que recebem sinal do satélite dos programadores, por exemplo, que vão ainda preencher o sanduíche. As grandes são as que transmitem.
A gente traz todos os ingredientes do sanduíche, faz a multiplexação aqui e aí joga na antena grande e transmite.
O DGO também é feito aqui. A gente usa muitas das infraestruturas que a gente usa pra fazer o "sanduíche"...
Muita da multiplexação que a gente faz pra DTH a gente também faz pra OTT aqui. Só que o OTT a gente opera pra toda a América Latina daqui.
Então a gente traz pra cá também sinais de outros países pra fazer a mistura do sinal aqui. E aí você tá conectando.
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