No Brasil, a prática aiurvédica chegou primeiro às camadas populares. Há 18 anos, o Hospital de Medicina Alternativa de Goiânia faz tratamentos fitoterápicos de medicina aiurvédica, pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos últimos tempos, a medicina indiana tem sido adotada por uma clientela disposta a investir em saúde. Em 1998, quando a professora Márcia De Luca, aluna do próprio Chopra, abriu o Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda (Ciymam), em São Paulo, a procura pelas terapias indianas era tão pequena que ela teve de vender o carro para pagar as contas. Hoje, dirige um espaço de 300 metros quadrados, onde mais de 500 pacientes receberam tratamentos aiurvédicos nos últimos anos.
O sucesso da medicina aiurvédica pode ser explicado por um motivo simples: o meio científico ocidental começou a aceitar e a comprovar a eficácia de práticas medicinais indianas de mais de 5 mil anos. Um exemplo é o chá tomado por Felipe Saigh para tratar o câncer. É um remédio à base de cúrcuma longa, ou açafrão, tempero usado tradicionalmente na Índia e na China para prevenir e tratar de câncer. Quem receitou o chá foi o médico Antônio Carlos Buzaid, diretor-geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, um dos melhores do país. "Tenho testado em pacientes para os quais a medicina convencional não apresenta mais saída", diz Buzaid.
Para experimentar a cúrcuma longa, Buzaid se respaldou em pesquisas realizadas pelo M.D. Anderson Cancer Center, em Houston, no Texas. O centro americano é referência mundial em oncologia. Um dos estudos, feito com ratos, mostra que a curcumina, substância presente no açafrão, ajuda a evitar metástase do câncer de mama para o pulmão. "Temos de garantir a segurança das formulações", diz o médico Paulo de Tarso Lima, especialista em medicina integrativa, uma tentativa de aliar as modernas técnicas ocidentais aos tratamentos alternativos. "As pessoas compram remédios importados com o nome de uma erva qualquer. Qual a garantia de que a erva está mesmo na fórmula?" Uma pesquisa recente publicada no Journal of the American Medical Association mostrou que, em 20% dos remédios vendidos como aiurvédicos nos Estados Unidos, havia metais pesados nocivos à saúde.
Na Índia, os médicos costumam cursar faculdade de medicina aiurvédica e fazem até residência. E aprendem também a medicina ocidental. "Nas universidades de lá, há pesquisas sérias para comprovar a eficiência das práticas", diz o médico mineiro José Ruguê Ribeiro Júnior, especialista em medicina intensiva, cujo currículo inclui um curso de aiurvédica na universidade indiana de Puna. Ruguê é diretor do Ashram Suddha Sabha, fundação de Uberlândia que pesquisa a adaptação de ervas medicinais. Para ele, várias práticas indianas ainda permanecem sem comprovação científica por falta de financiamento para pesquisas. "É uma questão de prioridade", diz Flávio Dantas, professor de Homeopatia na Unifesp, em São Paulo. Dantas afirma que é preferível investir na pesquisa sobre as tradições medicinais brasileiras. Mas, a julgar pelo sucesso da medicina aiurvédica, também nesse campo a Índia está ganhando a corrida do Brasil.
O sucesso da medicina aiurvédica pode ser explicado por um motivo simples: o meio científico ocidental começou a aceitar e a comprovar a eficácia de práticas medicinais indianas de mais de 5 mil anos. Um exemplo é o chá tomado por Felipe Saigh para tratar o câncer. É um remédio à base de cúrcuma longa, ou açafrão, tempero usado tradicionalmente na Índia e na China para prevenir e tratar de câncer. Quem receitou o chá foi o médico Antônio Carlos Buzaid, diretor-geral do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, um dos melhores do país. "Tenho testado em pacientes para os quais a medicina convencional não apresenta mais saída", diz Buzaid.
Para experimentar a cúrcuma longa, Buzaid se respaldou em pesquisas realizadas pelo M.D. Anderson Cancer Center, em Houston, no Texas. O centro americano é referência mundial em oncologia. Um dos estudos, feito com ratos, mostra que a curcumina, substância presente no açafrão, ajuda a evitar metástase do câncer de mama para o pulmão. "Temos de garantir a segurança das formulações", diz o médico Paulo de Tarso Lima, especialista em medicina integrativa, uma tentativa de aliar as modernas técnicas ocidentais aos tratamentos alternativos. "As pessoas compram remédios importados com o nome de uma erva qualquer. Qual a garantia de que a erva está mesmo na fórmula?" Uma pesquisa recente publicada no Journal of the American Medical Association mostrou que, em 20% dos remédios vendidos como aiurvédicos nos Estados Unidos, havia metais pesados nocivos à saúde.
Na Índia, os médicos costumam cursar faculdade de medicina aiurvédica e fazem até residência. E aprendem também a medicina ocidental. "Nas universidades de lá, há pesquisas sérias para comprovar a eficiência das práticas", diz o médico mineiro José Ruguê Ribeiro Júnior, especialista em medicina intensiva, cujo currículo inclui um curso de aiurvédica na universidade indiana de Puna. Ruguê é diretor do Ashram Suddha Sabha, fundação de Uberlândia que pesquisa a adaptação de ervas medicinais. Para ele, várias práticas indianas ainda permanecem sem comprovação científica por falta de financiamento para pesquisas. "É uma questão de prioridade", diz Flávio Dantas, professor de Homeopatia na Unifesp, em São Paulo. Dantas afirma que é preferível investir na pesquisa sobre as tradições medicinais brasileiras. Mas, a julgar pelo sucesso da medicina aiurvédica, também nesse campo a Índia está ganhando a corrida do Brasil.
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