Segundo a psicanalista e sexóloga carioca Regina Navarro Lins, autora de "O Sexo no Casamento" (Editora Best Seller), não existe essa divisão entre mundo real e virtual. Ela defende que o que se busca na internet, em uma sala de bate-papo, é o mesmo que se procura quando se vai a um barzinho para paquerar. "Em ambos, o que se está querendo é um envolvimento", diz. "No caso dos envolvimentos por computador, a maioria não fica só no virtual, acaba trazendo esses relacionamentos para a vida real." Mas Regina não chama nem uma coisa nem outra de infidelidade. "Sexo extraconjugal não é traição, não é sinal de que algo não está bom. As pessoas precisam parar de pensar assim e deixar o ciúme de lado", afirma. "Todo mundo enjoa com o tempo e precisa experimentar outras coisas."
Existe hoje uma turma de jovens casais que compartilha dessa opinião e, por isso, tenta resgatar, com ajustes particulares, aquele modelo de "relação aberta" propagado pelo movimento hippie. Com o atual namorado, com quem está há apenas seis meses, a estudante Tatiana., de 20 anos, estabeleceu regras mais liberais do que a média: os dois podem ter outros relacionamentos não só no mundo virtual, mas também no real. No segundo caso, porém, os encontros não podem terminar na cama. Vale só paquerar, beijar e até dar "uns amassos". Transar não.
Tatiana conta que em seu relacionamento anterior ela sentia um ciúme excessivo e que decidiu experimentar um acordo amoroso mais moderno justamente para tentar mudar. "Meu último namoro durou um ano e meio. Ele terminou tudo do nada. Acho que cansou do meu jeito ciumento", diz. "Hoje, com meu atual namorado, não rola ciúme. Temos a maior cumplicidade." Mas, para evitar reações ou comentários preconceituosos, o casal não revela aos amigos o acordo que mantém. "A mulher acaba sendo taxada de vagabunda", diz ela.
A Psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora-geral do Programa de Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, vê com certa cautela a relação aberta. "É uma forma de envolvimento que exige um grande grau de desprendimento e confiança mútua", diz. Segundo ela, na prática, essa história funciona apenas por um tempo. "Depois, pelo menos um dos dois não aceita mais. Apesar de existir um acordo, é inevitável o surgimento de mágoas."
A relação aberta da estudante de publicidade Thays., de 22 anos, durou apenas três meses. Era aberta de fato: valia tudo. Mas a estudante diz que o namorado aproveitava bem menos o pacto amoroso permissivo. "Ele quase não saiu com ninguém. Já eu saí com outros seis caras enquanto estávamos juntos", diz. "Depois, eu contava o que tinha feito, porque era esse o nosso combinado, mas ele ficava com um pouco de ciúme." Alguns dos seus casos ela conheceu na internet. Por um, se apaixonou. "A única regra que tínhamos era não ter um outro relacionamento sério e foi justamente isso que aconteceu", diz. Há um mês, a estudante de publicidade terminou o namoro para ficar com a nova paixão. Ao menos por enquanto, é um romance à moda antiga. "Ainda não conversamos sobre relação aberta", diz. "Nem sei se vou partir para essa novamente."
Existe hoje uma turma de jovens casais que compartilha dessa opinião e, por isso, tenta resgatar, com ajustes particulares, aquele modelo de "relação aberta" propagado pelo movimento hippie. Com o atual namorado, com quem está há apenas seis meses, a estudante Tatiana., de 20 anos, estabeleceu regras mais liberais do que a média: os dois podem ter outros relacionamentos não só no mundo virtual, mas também no real. No segundo caso, porém, os encontros não podem terminar na cama. Vale só paquerar, beijar e até dar "uns amassos". Transar não.
Tatiana conta que em seu relacionamento anterior ela sentia um ciúme excessivo e que decidiu experimentar um acordo amoroso mais moderno justamente para tentar mudar. "Meu último namoro durou um ano e meio. Ele terminou tudo do nada. Acho que cansou do meu jeito ciumento", diz. "Hoje, com meu atual namorado, não rola ciúme. Temos a maior cumplicidade." Mas, para evitar reações ou comentários preconceituosos, o casal não revela aos amigos o acordo que mantém. "A mulher acaba sendo taxada de vagabunda", diz ela.
A Psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora-geral do Programa de Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, vê com certa cautela a relação aberta. "É uma forma de envolvimento que exige um grande grau de desprendimento e confiança mútua", diz. Segundo ela, na prática, essa história funciona apenas por um tempo. "Depois, pelo menos um dos dois não aceita mais. Apesar de existir um acordo, é inevitável o surgimento de mágoas."
A relação aberta da estudante de publicidade Thays., de 22 anos, durou apenas três meses. Era aberta de fato: valia tudo. Mas a estudante diz que o namorado aproveitava bem menos o pacto amoroso permissivo. "Ele quase não saiu com ninguém. Já eu saí com outros seis caras enquanto estávamos juntos", diz. "Depois, eu contava o que tinha feito, porque era esse o nosso combinado, mas ele ficava com um pouco de ciúme." Alguns dos seus casos ela conheceu na internet. Por um, se apaixonou. "A única regra que tínhamos era não ter um outro relacionamento sério e foi justamente isso que aconteceu", diz. Há um mês, a estudante de publicidade terminou o namoro para ficar com a nova paixão. Ao menos por enquanto, é um romance à moda antiga. "Ainda não conversamos sobre relação aberta", diz. "Nem sei se vou partir para essa novamente."
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