"Nós percebemos pelos sentidos muito mais do que acreditamos perceber", afirma Tania Correa de Toledo Ferraz Alves, psiquiatra e diretora das unidades de internação do IPq (Instituto de Psiquiatria) do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
Para ela, temos o nosso campo visual, bem como a percepção auditiva e sensorial, mas nossa atenção vai retirando o que não é importante. Um exemplo são os moradores próximos a aeroportos e linhas de trem que deixam de ouvir os ruídos.
No entanto, se há um estímulo importante, isso chamará a atenção, por meio de um mecanismo neurológico cognitivo, assim como quando se sente alguém nos espiando, que desperta o interesse e faz com que olhemos também.
Estado de alerta
As sensibilidades são mediadas por atenção, nas palavras de Raphael Ribeiro Spera, neurologista, médico-assistente do setor do pronto-socorro da divisão de clínica neurológica do HC-FMUSP. Dessa forma, quanto mais vias estiverem ativas, maior será a capacidade de notar qualquer estímulo, quando estamos mais ansiosos, por exemplo. É o que se chama de hipervígil, a excessiva atenção aos estímulos ao redor, o que pode explicar a sensação de estar sendo observado pelos demais sentidos —o olfato, a audição e até o tato—, além da visão.
Sexto sentido
O sexto sentido é um termo usado quando se integra de uma forma muito rápida os demais sentidos, tornando algo inconsciente, consciente. Já o reflexo é uma resposta inconsciente que não passa pela consciência, é um mecanismo de proteção, em que o reflexo visual não é pensado, por exemplo, ao desviar de uma bola.
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